Arquivo de agosto \26\+00:00 2009

O Twitter e o celular

por Pedro Bombonatti

Desde agosto deste ano, devido aos altos custos das tarifas praticadas para mensagens internacionais (no Brasil cerca de R$ 4,00 por mensagem), os usuários do Twitter, no Brasil e em grande parte do mundo, não podem mais receber atualizações por SMS. O serviço era realizado a partir de um número internacional, sediado na Inglaterra.

Mesmo com a restrição ao recebimento de novas atualizações por SMS ainda é possível continuar a enviar atualizações pela mesma via.

Além do SMS, é possível utilizar outras “ferramentas” no celular para interagir com o microblog:

– Mobile site do Twitter, m.twitter.com

– Aplicativos como Cellity e Jitter.

– No Brasil, para enviar atualizações via SMS, há ainda o sms2blog.

Se alguém souber de mais algum… É só comentar 🙂

Por falar em Twitter, amanhã o utilizarei para fazer a cobertura em tempo real do II Mobile Meeting.

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O Twitter é uma forma de jornalismo?

“Para muitos jornalistas e guardiões da profissão, a idéia de que algum jornalista possa voluntariamente adotar um espaço mais curto é horripilante e burra”, escreve o repórter político John Dickerson na mais nova edição da Nieman Reports. Mas, diz ele, o “Twitter não ameaça as tradições do nosso trabalho. Ele acrescenta, em vez de subtrair, ao que nós fazemos.”

O Twitter tornou-se uma forma cada vez mais popular de microblog, permitindo que os usuários publiquem mensagens instantâneas para amigos em sua rede de contatos em pequenos textos de até 140 caracteres – mesmo tamanho de uma mensagem instantânea enviada pelo celular.

Mas será que o Twitter é uma forma de jornalismo? O USA Today, nesta semana, o comparou a um hipertransmissor de fofocas. Ao passo que o serviço incha de usuários (de 200 mil em maio de 2007 para 2 milhões hoje), as empresas jornalísticas começam a utilizá-lo para dividir notícias de última hora e jornalistas individuais vêm encontrando nele um lar conveniente para informações que não cabem no impresso. Como observa Dickerson:

“Enquanto passo quase todo o meu tempo na estrada, atualmente, cobrindo as campanhas presidenciais, o Twitter é o lugar perfeito para todas aquelas observações que escrevi nas centenas de bloquinhos que tenho guardados na minha garagem de coberturas de campanhas e outras reportagens ao longo dos anos. Dentro desses blocos estão pequenos pedaços de vida que captei ao longo do caminho. Às vezes, eles fogem demais do assunto ou são inconseqüentes demais para colocar numa reportagem. Às vezes, são pequenas noções ou pensamentos paralelos que se tornam o lead de uma reportagem. Todos eles encontraram seu lar no Twitter.”

No Brasil, o programa de entrevistas Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, abriu um canal para a participação de usuários do Twitter. A cada programa, três usuários do serviço participam no estúdio, contando bastidores do programa e interagindo com os espectadores. O jornalista André Deak, que participou nesta semana, fez em seu blog algumas observações sobre a experiência.

Para obter dicas sobre como usar o Twitter para cobrir eventos ao vivo, veja este texto de Amy Gahran.

Nieman Reports, USA Today
FONTE Knight Center

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Jornalismo em microblogs

Por Gabriela da Silva Zago em 25/9/2007

O Twitter é um microblog. Um microblog é uma ferramenta que permite atualizações rápidas e curtas e, se possível, a partir de uma multiplicidade de suportes diferentes. É possível atualizar o Twitter, por exemplo, pela web, por instant messaging (IM), ou até pelo celular – por short message service (SMS) ou internet móvel. Há outras ferramentas de microblog na web, como o Pownce e o Jaiku, mas o interessante do Twitter é a limitação de espaço. As micropostagens não podem ultrapassar 140 caracteres (é o mesmo tamanho máximo para o envio de uma mensagem de celular por SMS).

O Twitter existe desde o ano passado. Criado em março de 2006 e tornado público em agosto do mesmo ano pela Obvious, o Twitter teve um crescimento rápido ao redor do mundo. No Brasil, o site começou a se tornar popular no começo de 2007. E, desde então, muitos usos criativos têm sido observados por parte dos brasileiros no Twitter.

A idéia original do Twitter é a de se postar o que se está fazendo no momento. O tamanho reduzido da postagem, aliado à multiplicidade de modos de se poder atualizar, poderia levar a uma prática que beirasse ao voyeurismo. Poderia. Entretanto, a parte mais interessante do Twitter é o fato de que seus usuários têm se apropriado da ferramenta para fazer usos interessantes do sistema. Um desses exemplos é o uso do Twitter como ferramenta jornalística.

Até um mapa mundi

Há vários outros usos possíveis para o Twitter, como para fazer a cobertura ao vivo de um evento, para notícias, para falar sobre si mesmo (a proposta inicial), para comunicação entre integrantes de um grupo de trabalho, para escrever uma história de ficção experimental em trechos de 140 caracteres, para fazer perguntas (embora os demais usuários do Twitter tenham a tendência a crer que toda e qualquer pergunta é meramente retórica), como um miniblog genérico (dá até para postar links), enfim, há uma infinidade de possibilidades. E todas elas requerem uma readaptação por parte do usuário ainda não acostumado a reduzir frases e idéias complexas a apenas 140 caracteres.

Um uso interessante possível para o Twitter é estabelecer diálogos coletivos de modo assíncrono. Para isso, basta colocar uma @ antes do nome do usuário para quem se quer dirigir uma determinada atualização e essa pessoa será notificada da nova mensagem. Assim, embora na prática não haja a possibilidade de se adicionar comentários a uma determinada postagem – como nos blogs –, o Twitter consegue manter a possibilidade de conversação entre indivíduos a partir do envio de mensagens direcionadas.

O Twitter tem a plataforma aberta, o que significa que qualquer um pode utilizar o código do sistema para buscar usos criativos. Há uma infinidade de sites e programas derivados do Twitter. Um exemplo é o TwitterDigest, que permite criar feeds de periodicidade diária a partir das atualizações de um número limitado de usuários (é possível, por exemplo, reunir as atualizações de mais de um jornal no Twitter em um mesmo feed). Há também o Twittervision, que se propõe a situar as últimas atualizações ao redor do mundo em um mapa mundi.

Um breve “alerta”

Desde o final de agosto, está no ar o ReporTwitters, um site dedicado a jornalistas que queiram utilizar o Twitter como ferramenta de trabalho. A idéia é mostrar os bastidores da produção da notícia através do Twitter, ou então usar o próprio Twitter como meio para encontrar e entrevistar fontes espalhadas pelo mundo.

Empresas jornalísticas que já utilizam o Twitter para transmitir notícias incluem o New York Times, a CNN, nos Estados Unidos, e o BBCBrasil e iG, no Brasil.

O serviço de bombeiros de Los Angeles utiliza o Twitter para manter as pessoas informadas sobre incêndios. Trata-se de um uso interessante, considerando-se a possibilidade de integração do Twitter com celulares.

Na Argentina, desde o dia 20 de setembro está no ar o jornal 20palabras.com. Inspirado no sistema de publicação do Twitter, a proposta é publicar notícias que tenham no máximo 20 palavras. Para isso, o jornal conta com uma redação descentralizada – e a proposta de enviar notícias a partir do local de acontecimento do fato, por dispositivos móveis (como PDAs e smartphones) ou pela própria web.

Já o jornal 20minutos, da Espanha, resolveu inovar e criar seu próprio serviço de micropostagens –, limitado a 150 caracteres e com grandes semelhanças com o Twitter.

Os microblogs aparecem ainda no topo do news diamond, como primeiro passo da produção jornalística para a internet na proposta de redação jornalística para o século 21 feita por Paul Bradshaw, do Online Journalism Blog. A idéia é a de que microblogs possibilitam que se transmita um breve “alerta” sobre o acontecimento de algum fato que, posteriormente, poderá ser desenvolvido na forma de postagem de blog, ou notícia.

Um potencial inegável

É fundamental aprender bem as regras de funcionamento do Twitter para poder explorar a ferramenta ao máximo. O destaque fica por conta da simplicidade. Os comandos são simples, e podem ser usados a partir do celular, de um programa de mensagens instantâneas (como o Google Talk) ou pela web. Para acessar na web do celular, basta apontar o navegador para m.twitter.com. SMS e IM podem ser configurados a partir do site do Twitter. Por enquanto, ainda não há um número de SMS no Brasil para fazer as atualizações, o que acaba encarecendo um pouco o uso do Twitter por essa via.

Talvez o Twitter não seja o microblog mais eficiente que existe. Há outros microblogs por aí e em todos eles é possível observar alguma utilização para fins jornalísticos. De qualquer modo, o potencial jornalístico dos microblogs é inegável, em especial para a cobertura de fatos e eventos que estejam acontecendo no momento, visto que as atualizações podem ser transmitidas em tempo real e de forma econômica e descentralizada.

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Twitter: uma nova ferramenta para os jornalistas

Por Cláudia Sobral – lcc07045@letras.up.pt

Possibilidade de divulgação instantânea de notícias e de cobertura de eventos “na hora” seduz cada vez mais redacções a usar o Twitter. Com que impacto no jornalismo “tradicional”?

Ainda mal o avião da US Airways tinha amarado no Rio Hudson no passado dia 15 de Janeiro, e já o mundo tinha acesso as imagens dos passageiros a “atravessarem” as águas. A CNN não estava lá. A primeira foto foi tirada através de um i-phone e chegou às redacções através do Twitter do desconhecido empresário Janis Krums.

Episódios como este fazem com que cada vez mais empresas jornalísticas utilizem o Twitter para divulgação das notícias de última hora. Para Paulo Querido, o serviço já ocupa “um lugar essencial na estratégia de qualquer redacção”. “Definir que meios devem ser colocados no Twitter e a estratégia do meio para a sua presença ali, pode ditar calmamente o fracasso da operação ou o seu sucesso”, alerta o jornalista registado no Twitter desde 2007.

João Simão, docente e investigador na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) realça a importância da entrada das notícias no Twitter. “Terá sido o ponto de viragem para utilizações mais maduras e concretas da ferramenta”, diz o especialista em Ciências da Comunicação.

Paulo Querido tem uma opinião diferente. Diz o jornalista freelancer que, “tal como nos blogues e, em geral, nas tecnologias de informação surgidas com a informática e a Internet, as empresas jornalísticas não marcam o tom. Andam a reboque…”.
“Serviço de difusão de notícias mais rápido do mundo”

Muitas vezes, os próprios jornalistas vão já actualizando os acontecimentos a partir do local, através do Twitter. Exemplo disso é a cobertura da conferência de Davos feita pela Reuters. “Nas últimas catástrofes, soube-se mais rápido dos acontecimentos através do Twitter do que pelos meios tradicionais”, reforça Isabel Coutinho, jornalista do Público e autora do blogue “Ciberescritas”.
Pouca popularidade entre os jornalistas portugueses
Apesar da crescente popularidade do serviço em Portugal, “neste momento a maioria dos jornalistas portugueses desconhece o Twitter”, comenta Paulo Querido. Conta que muitos aderem por estar “na moda”. “Alguns, raros, usam o Twitter de forma consistente”, remata o especialista.

Segundo Steve Clayton, da Microsoft, “o Twitter é inquestionavelmente o serviço de difusão de notícias de última hora mais rápido do mundo”. No seu blogue (“Geek in Disguise”), o especialista chega a falar de jornalismo do cidadão “com carga turbo”.
Twitter: Aliado ou ameaça?

A verdade é que a discussão está lançada. Acontecimentos como os do Rio Hudson comprovaram as limitações do jornalismo tradicional face às novas formas de divulgação instantânea ao dispor do “repórter cidadão”. Um caminho preconizado pelos blogues e que surge num momento de crise vivido pela generalidade da comunicação social, a nível mundial.

Para João Simão, o Twitter não ameaça nenhum dos meios de comunicação. “Em lugar de ameaça, o Twitter é mais um aliado, uma forma de chegar mais perto das fontes e de ter mais fontes”, argumenta. “Acredito que o cidadão comum não é um jornalista mas uma fonte, independentemente de ter apenas visto um acidente ou de o ter filmado e colocado o vídeo na Web”, continua. “Cabe aos jornalistas adaptarem-se, crescerem e evoluírem por forma a saberem utilizar as ferramentas que a tecnologia vai colocando ao dispor de todos”, remata o docente da UTAD.

Isabel Coutinho partilha da mesma opinião. “O Twitter é mais uma ferramenta, tal como os blogs. Quanto mais ferramentas melhor”, argumenta. “E se continuarmos a fazer o nosso trabalho de mediadores, cruzando informações, todas as ferramentas são válidas”, termina.
Limite de 140 caracteres não é um problema

O limite de 140 caracteres por tweet é apontado não como um problema mas como um ponto a favor do Twitter. “Embora seja uma limitação por vezes constrangedora, é a ideal para os requisitos jornalísticos de ser directo e conciso”, argumenta João Simão, também autor de um wiki sobre o Twitter.

Para Isabel Coutinho, os 140 caracteres não são um limite, visto poderem ser incluídos links nos tweets. “As pessoas sentem vontade de clicar. Pelo menos eu sinto”, explica a jornalista. Mais uma vantagem que pode fazer a diferença: “O Twitter permite fotografias”.

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E Twitter e jornalismo dá casamento?

Já existe gente fazendo um trabalho mais sério neste sentido, como o ReporTwitters. A idéia é usar o site como um centralizador de informações enviadas via Twitter por jornalistas em todo mundo.

Pode-se combinar uma pauta ou tema e todo mundo envia algum material. É uma espécie de redação online para freelancers que utilizam o Twitter. Em uma cobertura ao vivo, acredito que seja bem interessante. Uma reportagem sobre o Paquistão está no ar.

E brasileiros já estão no projeto. Confira aqui.

Posts relacionados:
Hype do microblogging chega ao Brasil
Eles são mais rápidos que os blogs

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TWITTER: Ne Notícias sai na frente mais uma vez

TWITTER: Ne Notícias sai na frente mais uma vez

NE NOTÍCIAS tem se consagrado como o site de maior audiência da internet em Sergipe. Os números são revelados pela Locaweb, empresa recomendada por Bill Gates, e publicados periodicamente no site.

Depois de ser o primeiro a disponibilizar dossiês, decisões judiciais, fotos e vídeos com flagrantes de informações que pautam o jornalismo no Estado, NE NOTÍCIAS se lança no Twitter como o primeiro do Estado na área de jornalismo. Chamadas rápidas, novidades do NE e a cobertura dos fatos mais importantes no momento em que eles acontecem.

Enquanto isso, NE continua sendo o site que divulga, diariamente, o maior número de EXCLUSIVAS da internet no Estado. Plantão de domingo a domingo.

twitter.com/nenoticias

TWITTER

O Twitter é uma rede social – classificada na web como microblogging ou micromessaging – que permite a publicação de mensagens instantâneas de até 140 caracteres. Seu cadastro é gratuito e, ao fazê-lo, você pode atualizar sua conta pelo computador ou celular.

O Twitter nasceu com o objetivo de mostrar o que cada pessoa “faz no momento”. Hoje, tornou-se uma ferramenta que compartilha informações instantâneas, reunindo o que há de mais interessante na web. (fonte: VEJA)

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Home > Notícias > O Twitter é a vitória da relevância

Por Plinio Okamoto

Alguns amam, a grande maioria torce o nariz. Se existe hoje uma rede social que polariza as opiniões, ela se chama Twitter.

Quem poderia imaginar que esta ferramenta de comunicação limitada a 140 caracteres pudesse ter algum futuro? Pois bem, o uso do Twitter não para de crescer e teve, só no ano passado, um assombroso crescimento de 700%.

Esse movimento se reflete no ranking das atividades online divulgado pelo Ibope Nielsen Online que mostra, pela primeira vez, o tradicional uso do e-mail sendo superado pelas atividades nas redes sociais. E o viés é de alta.

É a morte do e-mail?

O e-mail é vítima de suas próprias qualidades: facilidade de uso, rapidez, alcance global e, principalmente, o baixíssimo custo de envio. Um prato cheio para a disseminação das mensagens não solicitadas ? mais conhecidas como spams ? que hoje representam quase 94% do volume dos e-mails que circulam pela internet.

Esses spams, além de inundarem a caixa postal com informações irrelevantes, trazem o risco de golpes através de arquivos executáveis que roubam senhas de bancos dos mais incautos. Isso, somado à escassez de tempo das pessoas, levou à valorização do subject (assunto) dos e-mails.

Olhar rapidamente sobre a lista de assuntos dos e-mails, na tentativa de separar aquilo que é relevante, é uma defesa natural que desenvolvemos para combater a avalanche de informações irrelevantes. E o auxílio dos filtros automáticos de spam é insuficiente para diminuir o transtorno. Pior: é cada vez mais comum descobrir mensagens importantes que foram parar na pasta de lixo eletrônico. Às vezes, tarde demais. Caos.

O subject passou a ser equivalente ao post do Twitter

Os smartphones trouxeram a possibilidade de acessar e-mails em qualquer lugar e a qualquer hora. E essa vantagem proporcionada pela mobilidade trouxe prejuízo ao design dos teclados. A maioria deles possui teclas minúsculas e desconfortáveis que praticamente forçam a confecção de respostas curtas e objetivas. Hoje, ser econômico nas palavras já é aceito com naturalidade e não é confundido com mau humor. Para isto, basta constar a assinatura ?From my Blackberry? no rodapé do e-mail.

E já tem gente utilizando esse pretexto e adotando o rodapé típico de smartphone para não ter que elaborar respostas mais complexas. Por absoluta falta de tempo e paciência.

Sejamos sinceros: ao escrever um e-mail, após digitar o assunto do e-mail, quantas vezes não paramos diante do corpo de e-mail sem saber o que mais escrever? O subject já é a mensagem completa.

Essa tendência de encurtar mensagens não é exclusividade do Twitter. A própria origem desse serviço está ligada a outro velho conhecido nosso: o serviço de mensagens curtas, conhecido como SMS. Há quem diga que a limitação de 160 caracteres veio de uma deficiência técnica da telefonia móvel. Outra corrente defende que após estudos, ficou definido que tudo o que era importante poderia ser comunicado dentro dessa limitação.

Quem diria: ao trocar torpedos pelo celular, sem querer, já estávamos twitando.

Sobre a suposta irrelevância

A origem do nome ?Twitter? remete ao som do piar repetitivo do pássaro ? daí ele ser o ícone do serviço ? que para a maioria das pessoas soa como uma série de ruídos que não faz sentido algum. Para outros pássaros, entretanto, esses sons formam uma conversa inteligível e relevante.

Essa metáfora ajuda a responder a uma das críticas mais comuns ao serviço que é a quantidade de informação irrelevante gerada. A pergunta que deve ser feita é: informação irrelevante para quem?

Através do Twitter, recebemos várias mensagens de pessoas com as quais temos algum grau de relacionamento ou interesse. E por mais ridículas e triviais que possam parecer, o conjunto dessas informações nos dá uma ideia do universo que cerca essas pessoas e são insumos para suas atitudes e feitos profissionais.

É possível comparar essas informações ?de bastidores? aos conteúdos extras de um DVD. Em vez de capítulos, recebemos frases sem uma prévia organização. Elas são fragmentos de uma história maior na qual a narrativa funciona como a internet, através de saltos, de hyperlinks. As temáticas são tão variadas quanto a riqueza cultural daqueles que são seguidos.

Acompanhar os posts funciona também como um agregador social, no qual as experiências divididas publicamente nos permitem, post a post, estar mais próximos de amigos e celebridades.

E quando a relevância virar irrelevante?

Se escolhermos seguir uma pessoa é porque estamos interessados nela, pelo menos naquele momento. Mas as relações humanas são dinâmicas, e o que hoje gera interesse para você pode deixar de ser relevante. E aqui entra outra vantagem do Twitter em relação ao e-mail: o opt-out é feito de maneira simples e instantânea. Para isso, basta clicar no botão unfollow (deixar de seguir) e parar de receber atualizações.

Simples assim.

E se um dia você enjoar do Twitter, dê um unfollow.

Fonte: Webinsider

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Trabalho imaterial, compartilhamento de informação e produção colaborativa na sociedade da informação

Clóvis Ricardo Montenegro de Lima, Rose Marie Santini

Resumo

Neste trabalho são revistos, organizados e discutidos conceitos e estratégias em torno das formas colaborativas de produção na sociedade da informação, particularmente aqueles relacionados com o trabalho imaterial e o compartilhamento de informação. O capitalismo no seu modo de desenvolvimento informacional produz mudanças nas relações entre as formas sociais de produção e as tecnologias de informação e comunicação. A produção capitalista atual centraliza os bens imateriais a informação em primeiro lugar. O compartilhamento de informação é parte de processo de produção e, ao mesmo tempo, o seu principal produto. O compartilhamento possibilita a construção de modos de organização inteligentes e solidários, e modos de produção “não-capitalistas”. O compartilhamento produz o comum, em comum. Cria-se uma densa esfera do comum, base para uma recriação incessante. Conclui-se que as formas colaborativas de produção são particularmente importantes para que se singularizem as subjetividades e se produzam modos autônomos de vida.

Texto Completo: PDF

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Os mediadores do patrimônio imaterial

Os mediadores do patrimônio imaterial
LUCIENI DE MENEZES SIMÃO

Resumo

Este artigo propõe uma reflexão quanto aos limites dos atuais instrumentos de salvaguarda e preservação do patrimônio imaterial. Orientados pelas reflexões da antropologia, levantamos questões relativas aos direitos autorais coletivos e ao retorno dos benefícios obtidos pelo registro do patrimônio imaterial. A devolução dos resultados também implica uma questão discursiva. Portanto, vamos comparar duas experiências institucionais: a primeira, proposta pelo Museu do Índio, sobre o registro da pintura corporal dos índios W ajäpi do Amapá. A segunda, sobre o projeto Celebrações e Saberes da Cultura Popular, do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular. Seguem-se daí as indagações sobre as maneiras de se aperfeiçoar os mecanismos de registro e demais políticas públicas de salvaguarda.
Palavras-chave: patrimônio imaterial, inventário e registro, antropologia.

Texto Completo: PDF

Sociedade e Cultura
ISSN (versão eletrônica): 1980-8194 / ISSN (versão impressa): 1415-8566

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O Conceito de Trabalho Imaterial – Hardt & Negri – Multidão- (2005)

HARDT, Michael; NEGRI, Antônio. Multidão: guerra e democracia na era do imperio. Tradução: Clóvis Marques. Rio de Janeiro: Record, 2005.

“A cena contemporânea do trabalho e da produção, como explicaremos, está sendo transformada sob a hegemonia do trabalho imaterial, ou seja, trabalho que produz produtos imateriais, como a informação, o conhecimento, idéias, imagens, relacionamentos e afetos. Isto não significa que não exista mais uma classe operária industrial trabalhando em máquinas com suas mãos calejadas ou que não existam mais trabalhadores agrícolas cultivando o solo. Não quer dizer nem mesmo que tenha diminuído em caráter global a quantidade desses trabalhadores. Na realidade, os trabalhadores envolvidos basicamente na produção imaterial constituem uma pequena minoria do conjunto global. O que isto significa, na verdade, é que as qualidades e as características da produção imaterial tendem hoje a tranformar as outras formas de trabalho e mesmo a sociedade como um todo. Algumas dessas novas características decididamente não são bem-vindas. Quando nossas idéias e nossos afetos, nossas emoções, são postos para trabalhar, por exemplo, sujeitando-se assim, de uma nova maneira, às ordens do patrão, frequentemente vivenciamos novas e intensas formas de violação ou alienação. Além disso, as condições contratuais e materiais do trabalho imaterial que tendem a se disseminar por todo o mercado de trabalho vêm tornando mais precária a posição do trabalho de maneira geral. Existe por exemplo a tendência, em várias forma de trabalho imaterial, para o obscurecimento da distinção entre horários de trabalho e de não trabalhar, estendendo o dia de trabalho indefinidamente até ocupar toda a vida, e uma outra tendência para o funcionamento do trabalho imaterial sem contratos estáveis de longo prazo, assumindo com isto a posição precária de se tornar flexível (realizar várias tarefas) e móvel (estar constantemente mudando de lugar). Certas características do trabalho imaterial, que tendem a transformar outras formas de trabalho, apresentam um enome potencial para a transformação social positiva. (Paradoxalmente, essas característica positivas são o lado dinâmico das consquências negativas). Em primeiro lugar, o trabalho imaterial tende a sair do mundo limitado do terreno estritamente econômico, envolvendo-se na produção e na reprodução geral da sociedade como um todo.. A produção de idéias, conhecimentos e afetos, por exemplo, não cria apenas meis através dos quais a sociedade é formada e sustentada; esse trabalho imaterial também produz diretamente relações sociais. O trabalho imaterial é biopolítico na media em que se orienta para a criação de formas de vida social; já não tende, portanto, a limitar-se ao econômico, tornando-se também imediatamente uma força social, cultural e política. Em última análise, em termos filosóficos, a produção envolvida aqui é a produção de subjetividade, a criação e a reprodução de novas subjetividades na sociedade. Quem somos, como encaramos o mundo, como interagimos uns com os outros: tudo isto é criado através dessa produção biopolítica e social. Em segundo lugar, o trabalho imateiral tende a assumir a forma social de redes baseada na comunicação, na colaboração e nas relações afetivas. O trabalho imaterial só pode ser realizado em comum, e está cada vez mais inventando novas redes independentes de cooperação através das quais produzir. Se sua capacidade de investir e transformar todos os aspectos da sociedade e sua forma em redes colaborativas são duas características extraordinariamente poderosas que o trabalho imaterial vem disseminando para outras formas de trabalho. Essas características podem servir como um esboço preliminar da composição social da multidão que hoje anima os movimentos de resistência ao estado global permanente de guerra.” (HARDT; NEGRI, 2005, p. 100-101).

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